quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cientistas acham planeta potencialmente habitável

CIÊNCIA & VIDA // ESPAÇO
Publicado em 29.09.2010, às 21h36

Astrônomos americanos anunciaram, esta quarta-feira (29), a descoberta de um planeta do tamanho da Terra que eles acreditam ser potencialmente habitável, na órbita de uma estrela vizinha, e afirmaram acreditar que possa haver mais planetas como este no espaço.

O planeta, descoberto por astrônomos da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e do Instituto Carnegie de Washington, orbita no meio de uma "zona habitável" da estrela anã vermelha Gliese 581, o que significa que pode ter água em sua superfície.

Água em estado líquido e uma atmosfera são condições necessárias para que um planeta possa abrigar vida, afirmaram os cientistas.

Eles determinaram que o planeta, ao qual chamaram de Gliese 581g, tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital de pouco menos de 37 dias.

Sua massa indica que provavelmente é um planeta rochoso e com gravidade suficiente para ter uma atmosfera, segundo Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz e um dos chefes da equipe que descobriu o planeta.

Se o Gliese 581g tiver uma composição rochosa similar à da Terra, seu diâmetro seria de 1,2 a 1,4 vez maior que o da Terra, afirmaram os pesquisadores.

A gravidade superficial seria quase a mesma ou um pouco maior que a terrestre. Portanto uma pessoa poderia facilmente caminhar em posição ereta pelo planeta, acrescentou Vogt.

O Gliese 581g foi descoberto por cientistas que trabalhavam no Lick-Carnegie Exoplanet Survey, após 11 anos de observações da estrela-anã vermelha Gliese 581, que fica a apenas 20 anos-luz da Terra.

Para os astrônomos, onze anos de observação são considerados um período curto e 20 anos-luz, o que corresponde a cerca de 189 trilhões de quilômetros, algo considerado próximo em escalas astronômicas.

"O fato de termos conseguido detectar este planeta tão rapidamente e tão próximo nos mostra que planetas como este devem realmente ser comuns", disse Vogt.

O planeta tem uma de suas faces sempre voltada para a sua estrela e sob influência de uma luz diária perpétua, enquanto a outra fica na escuridão eterna, porque está voltada para o lado oposto da estrela.

Consequentemente, as temperaturas decrescem do lado oposto à estrela e se elevam do lado iluminado. A área mais habitável do novo planeta seria a parte intermediária entre luz e escuridão.

Os cientistas calculam que a temperatura média na superfície varie de 31 a 12 graus Celsius negativos. Mas as temperaturas reais seriam "extremamente quentes na face voltada para a estrela a congelantes do lado escuro", afirmaram.

As descobertas serão publicadas no Astrophysical Journal e foram postadas no site arXiv.org.

Fonte: Diário do Grande ABC

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